TUDO ACEITA E NADA MERECE

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ericeira (A ver o mar, junto às artes de pesca) Parte III

Agora com o Sol a querer aparecer, demos mais umas voltas e descemos para a zona dos pescadores, num pequeno acesso que dá para uma correnteza de pequenas casotas que servem para arrumação de artes de pesca e onde se podem fazer pequenas refeições ou petiscos durante o dia, já à noite, deixo à vossa consideração e imaginação.

Retivemos um local junto da primeira casota da correnteza, que tinha umas daquelas bases que servem de suporte para os chapéus de Sol e decidimos que era um local perfeito, se pensamos, melhor o fizemos e rápidamente estávamos sentados formando uma circulo quase bom, posteriormente e depois de estarmos bem acomodados, iniciou-se uma missa-campal.

Estando nós já em plena laboração e não sei se por necessidade ou talvez movido pela curiosidade, apareceu o dono da casota, em frente da qual esta a ser celebrada a missa,

-- Bom Dia, então por aqui logo de manhã, disse ele.
-- Bom dia respondemos em coro, é verdade o tempo não está grande coisa para a praia, portanto vamos ficar aqui mais um bocado.
-- Estejam à vontade, vim só aqui buscar umas coisas, vou já de seguida ver se pesco alguma coisita, reforçou ele.
-- Adeus amigo.

Bom e continuamos nós na leitura do missal por mais algum tempo, abstraídos do tempo, naquela calma junto ao mar, agora já com o Sol do meio dia a aquecer o ambiente desse sábado, prosseguimos com a jornada.

Penso que já seriam perto das 14 h, quando somos surpreendidos com um .

-- Boa tarde, então ainda por aqui?.
-- Nós observamos que era o dono da casota de novo e um bocado ‘encaralhados’ dissemos, pois é ainda aqui estamos entretidos a jogar uma cartada,( penso que nessa altura ainda as coisas estavam mais ou menos equilibradas).
-- Estejam à vontade, vou só fazer aqui qualquer coisa para trincar, são servidos?.
-- Não, não, obrigado, bom apetite.
E nós pimpa sempre na leitura.
-- Pessoal, já acabei de almoçar, é pá tenho aqui um bagacinho que é uma categoria, querem provar?
Embora possa parecer mentira, aceitamos!! e agradecemos.
-- Vou ali ter com uns amigos, boa tarde e até à próxima, despediu-se o cavalheiro.
-- Até a próxima.

E continuamos nós na nossa missão, devia com isto tudo estar já próximo das 16 h, sendo que aí o terço do escória-porco já tinha mais bolinhas que os dos outros.

Passado mais algumas horas, aparece de novo o nosso amigo:

-- É pá, isso é que é dar-lhe hein,
-- Pois é pois é, mas já estamos mesmo a terminar.
-- Vim só aqui fechar a barraca e vou para casa que por hoje já chega, então até á próxima.


E como os companheiros sabem, isto é tudo uma questão de fé, e um bocadinho de sorte à mistura e portanto é necessário de vez em quando ser um pouco teimoso, pois parece que era o que todos os companheiros estavam a fazer com bastante empenho, ora para os mais atentos já devem ter percebido que entretanto o Sol se estava a recolher para passar mais uma noite, entrando de turno, a Lua, portanto já quase não se via nada, bom mas isso também já não importava nada, porque as contas dos nossos terços tinham passado todas para o do Escória-porco.

… Continua Ericeira, (Um jantar especial)

Sem comentários: