TUDO ACEITA E NADA MERECE

sábado, 6 de outubro de 2012

A propósito da senhora que irrompeu pelas "comemorações do 5 de Outubro": A Segurança Social é (mal ou bem) firmada num “contrato” de solidariedade entre gerações. Muitos portugueses, quando tinham idade e juventude para trabalhar em pleno, nunca foram solidários com os que na altura já eram velhos; por outras palavras, mercê da possibilidade dada por algumas profissões,incluindo comerciantes e profissionais por conta própria, nunca pagaram um tusto à segurança social. São célebres frases como: “o taco está melhor do meu lado que do deles”, “do meu não vêem nenhum”. Como é óbvio muitos desses portugueses tiveram “ricas” vidas, nunca se coibindo de chamar otários aos que, voluntária ou obrigatoriamente colocavam a sua contribuição na Seg. Soc. para pagar as reformas dos que já estavam nessa situação. Agora, chegados ao ocaso da vida,muitas vezes surpreendidos por doenças graves, como dizia o meu pai, “torcem as orelhas mas não sai sangue”. Só que, como a época está propícia a “bater no ceguinho”, lá aparecem, nas televisões, nas manifestações ou nas visitas dos ministros a fazer o seu número, como se todos nós fossemos agora responsáveis por opções erradas que tomaram nas suas vidas. Por muita pena que tenha dessa senhora, não posso deixar de assumir que, provavelmente, os duzentos e poucos euros que lhe são pagos já são até demais para aquilo que descontou.