TUDO ACEITA E NADA MERECE

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O irrealismo criminoso que grassa nas famílias portuguesas [foi vendido por criminosos (ainda à solta) e comprado por otários voluntários], ficou patente ontem, numa entrevista televisiva, a propósito das entradas na Universidade: Algures na zona do Porto, numa família, mais ou menos da classe média , uma jovenzita exultava com a “entrada” numa vaga de um curso de enfermagem. Ao lado a mãe, orgulhosa e babada, sentada no mítico sofá familiar, explicava que “uma etapa tinha sido vencida” e, com orgulho, previa o percurso até à formatura bolonhesa da menina. No entanto, avisada, fazia notar “que se tratava apenas de uma primeira etapa”; é que, frisava, “tinha uma filha mais velha que, concluído o mesmo curso de enfermagem, estava, há longo tempo, no desemprego, em busca de uma colocação como… enfermeira”. Palavras para quê? É uma família portuguesa, com certeza!! Além disso, a púbere da entrevista, sem o mínimo rebuço, proclamava aos quatro ventos que, uma vez findo o curso, só queria uma oportunidade “lá fora”, de preferência em Inglaterra, porque “isto por cá” já não dava nada. Cuidado minha linda, é que em Inglaterra, como enfermeira, ainda te arriscas a ter de limpar o chichi, o cocó, cozinhar e tratar do jardim. Ah… Ok… mas como é no estrangeiro, onde os vizinhos não nos podem ver e o pagamento é fixe, já não faz mal.