TUDO ACEITA E NADA MERECE

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ergue-te Alentejo ...


Tava eu a tirar moncos
lá da cana do nariz
anquanto fazia uma mija
assim tipo chafariz

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Tinha a bexiga tã chêa
que fiquê lá uma hora
quando me assomê em volta
vi que tinha ido tudo imbora

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Sacudi o coiso e tal
enquanto coçava a bilha
de tal manêra atascado
que o entalê na braguilha

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Tirê as botas do lodo
que fizera na mijada
sacudi tamém as calças
sempre com ela entalada

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Pedi ajuda à Ti Micas
que cerca dali morava
mas depilou-me os tomates
da força com que a puxava
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Ensanguentado na pila
fui aos tombos pelo monti
vomitando quasi as tripas
nã sê se queres que te conti
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Como comera dôs pãs de quilo
e um garrafão p'rajudar a empurrare
na admira que tivesse
três horas a vomitare
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Detê-me na palha fresca
para ver se descansava
enterrê-me logo em bosta
de uma vaca que passava
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E foi assim que essa tarde
conheci um caracoli
os dois deitados na palha
com os cornos ao soli

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