Embora exista alguma vertente exportadora de sucesso, que deve ser explorada e incentivada, não me parece que seja a única forma de providenciarmos, se não a recuperação económica, pelo menos a recuperação de algum emprego.
Modelos exportadores, como a AutoEuropa ou as defuntas Delphi ou Qimonda têm um interesse relativo, uma vez que, ao grande volume de produtos exportados, corresponde habitualmente um volume, não menos enorme, de importações. Acresce o facto de existir, normalmente, apenas um cliente, dono da tecnologia e igualmente mandante, no que respeita à escolha dos fornecedores.
A alternativa (ou a complementaridade), embora possa parecer um modelo de meados do século XX, passa pela substituição de importações por produtos correntes fabricados no país. É evidente que, dada a globalização e a ausência de fronteiras económicas, não é possível impedir essas importações, fonte do aumento exponencial do endividamento externo. O que ninguém poderá impedir é que os portugueses, patrioticamente, escolham comprar produtos portugueses. Se esses produtos forem os escolhidos e os estrangeiros ficarem sistematicamente nas prateleiras, começará a mudar o paradigma de quem é responsável por essas importações.
Para que não se pense que escrevo por escrever, aqui vai um exemplo:
Compras de sábado/domingo, 24 e 25 de Julho:
Hipermercado:
Atum Bom Petisco, salsichas nobre, almôndegas de carne alentejana, costeletas de porco nacionais, doçaria local, leite nacional, iced tea produto branco local, freeze limão, cervejas superbock (podia ser sagres), vinho alentejano, vinho do Porto, licor Beirão, detergente para loiça produto branco local, sabonetes Feno de Portugal, alguidar de plástico de Pataias, coador nacional, espátulas para fritos nacionais.
Mercearia:
Pêssegos (fruta da época) nacionais, pasta dentífrica Couto, queijo de Niza, batatas, cebolas e limões nacionais, chocolate Regina, confeitaria nacional, bolo de melaço da Madeira.
Tudo produzido em Portugal.
Como vêem não é difícil; basta um bocadinho de atenção ao que se compra.
domingo, 25 de julho de 2010
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