TUDO ACEITA E NADA MERECE

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Reformados

Não pertenço nem sei se algum dia, por este ou aquele motivo, pertencerei a esse grupo, cada vez mais numeroso da sociedade Portuguesa: Os reformados.

Uma vez que a regra do jogo, ou seja o modo como é obtido o caroço para o pagamento a esses concidadãos, não foi, não é, nem sei se alguma vez será alterado, cumpre tornar claras algumas questões, até porque o número de pessoas nessas circunstância tende a aumentar.

Para todos os efeitos a solidariedade entre gerações faz com que sejam os actuais “activos” a pagar as reformas dos que já estão “retirados” do mercado de trabalho.

Bem podem argumentar que, no antigamente, já foram os seus descontos que pagaram o leitinho, as baixas de parto das mãezinhas, etc, etc… que isso já lá vai.

O facto de, quer queiram quer não, estarem a viver “à custa” dos que actualmente trabalham, impõe-lhes alguns deveres, muito mais importantes que eventuais direitos de que sejam credores.

As coisas estão a mudar e, antes que haja merda, convém que acatem alguns conselhos:

Como é evidente isto não se aplica aos reformados que continuam a trabalhar. A questão aí é financeira e não interessa para o caso. Esses continuam “activos”.

Aqui vão:

1) Os períodos entre as 8,30 e as 9,30, as 12,00 e as 15,00, as 18,00 e as 19,00 e, finalmente, todo o sábado de manhã (nalguns casos) são os únicos disponíveis para que os “activos” possam tratar de variados assuntos em serviços, quer públicos, quer privados como sejam, Finanças, Correios, Bancos, Farmácias, Marcações de consultas, compras de títulos de transporte, entre outros. Os “reformados”, tendo todo o dia disponível, podem utilizar as outras horas, mais mortas, para esse efeito, deixando que os que trabalham percam o mínimo de tempo possível.

2) O que mais enerva quem se desloca de automóvel, por exemplo, com horários para levar ou trazer crianças das escolas, é a fila indiana nas passadeiras para peões que não estão servidas de semáforo. Embora outros grupos etários também abusem um pouco, são normalmente os mais idosos, que, uns após outros, pachorrentamente atravessam, provocando ataques cardíacos a quem espera e desespera. Têm todo o tempo, aguardem que se forme um grupo de peões e, então, todos de uma vez atravessem.

3) Independentemente de haver idosos doentes e serem obviamente em maior número que os mais novos, evitem superlotar os centros de saúde. É voz comum ouvir esta história, contada pelas próprias funcionárias: “Só há consulta para daqui a dois meses porque os “velhos” marcam consultas a torto e a direito, umas vezes, pelo sim pelo não, prevendo poderem estar doentes, outras, apenas pela companhia e pela conversa na sala de espera. Mas venha às desistências porque muitas vezes eles faltam.”.

4) Como complemento ao ponto 1: Sabemos que muitas das novas tecnologias, nomeadamente telemóveis ou multibancos, podem causar alguma confusão a quem desistiu de evoluir e considera que o seu tempo para essas modernices já passou. Muito bem, estão no seu direito. O que já se torna mais complexo é o facto de – normalmente às horas atrás referidas – ocuparem durante largo tempo os funcionários de serviços que fazem esses movimentos ou carregamentos com questões acessórias relacionadas com o funcionamento dos telemóveis ou reclamações sobre facturas a que estes, obviamente, não irão responder. Quando assim for, reparem se alguém (aparentemente ainda “no activo”) está a seguir e deixem-no passar.

Apenas como conclusão: Reformados do meu País, quem vos avisa vosso amigo é…

É que qualquer dia vamos ser tantos e a chatear tão pouca gente (os que na altura estiverem a “entrar” com cada vez mais “taco”) que nos vão impor uma eutanásia obrigatória a partir de uma certa idade.

Não acreditam? É o mais certo.

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