TUDO ACEITA E NADA MERECE

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Bairro Alto

… quanto ao Bairro Alto, ou, por extensão, a todos os outros locais onde a diversão nocturna é usual, o que faz falta é uma política de conciliação de interesses. Em teoria é uma questão que se torna perfeitamente pacífica, se nos lembrarmos que a memória histórica desses bairros sempre a contemplou.

No entanto os tempos são outros, as exigências de qualidade de vida dos habitantes são (felizmente) maiores e sobretudo mais mediáticas.

Basicamente, o que pode distinguir a gestão casuística, desenvolvida pelo actual executivo da CML, e que se traduziu no aperta (para as 2h) / alarga (para as 3h) dos horários de exploração dos bares, apenas (não se vislumbram outras) com preocupações eleitorais, de uma gestão adequada, é a implicação de todos os envolvidos, numa espiral de ideias construtivas e conciliatórias.

Não há que recear a tentativa de obter o melhor de todas as situações. É que, pese a necessidade que alguns têm em apresentar as questões práticas de vida como guerra entre contrários, os interesses das populações do Bairro Alto, dos comerciantes e dos utentes são sensivelmente os mesmos. Basta lembrarmo-nos do quase desespero que atingiu a zona na época em que a novel procura das “docas” quase liquidou o Bairro Alto.

Não nos esqueçamos que muita gente do bairro trabalha para o comércio local, tanto directamente “ao balcão”, como em actividades de manutenção e limpeza, o que faz com que, embora merecendo o devido descanso, não tenham nenhum interesse em matar essa galinha que, não dando ovos de ouro, também os alimenta.

Não tendo a pretensão de possuir a solução, adianto apenas uma ideia: Manutenção e reforço da habitação no bairro e, ao mesmo tempo, horários muito alargados de exploração, quer dos bares, quer do restante comércio e serviços da zona, criando, para isso, barreiras acústicas, fixas ou amovíveis, de material transparente, com a dupla finalidade de permitir a permanência dos clientes na rua (mesmo em dias de chuva), e proteger do incómodo, causado pelo ruído e até pelo fumo, os que, nos andares superiores, pretendam descansar. Por outras palavras, seria o local ideal para testar o conceito de espaço protegido ao ar livre.


Uma vez que estamos num blogue colectivo este último parágrafo apenas traduz a opinião pessoal do autor:

Por tudo o que fez no primeiro mandato como Presidente da CML, Pedro Santana Lopes encarna, quanto a mim, o homem certo, capaz de, com paciência, determinação e capacidade de inovação, levar a bom porto este e outros problemas que diminuem e nossa querida (e linda, apesar de tudo) Lisboa.

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