TUDO ACEITA E NADA MERECE

terça-feira, 5 de junho de 2007

Estórias I

Tenho dedicado a generalidade das minhas “bostas” a temas da política actual. O nosso Teodorias (ao fim e ao cabo GRANDE TIMONEIRO da Escória) veio indirectamente afirmar-me que este blogue também serve para fixar factos da nossa memória pessoal, enquanto grupo, possuidor de um passado rico em acontecimentos, por vezes pouco conhecidos dos demais.

A partir dos meus dez anos comecei a frequentar os meios organizacionais católicos da então grande Paróquia do Coração de Jesus pelo facto de os meus dois irmãos, Adelino e Mário (dezasseis e treze anos mais velhos), serem dirigentes de organismos da Acção Católica.

Desses tempos recordo o “Círculo Cultural da Juventude”, patrocinado pelo padre Luís Aparício; reuniões e passeios culturais eram a principal actividade. Recordo alguns nomes (tudo malta, na altura, entre os 20 e os 40 anos): Além dos meus irmãos e das que foram suas mulheres (num dos casos ainda é) Celeste e Maria Teresa, o Fernando Cristóvão (que foi conservador do Convento de Mafra), as irmãs Celeste e Conceição Sequeira, os irmãos Fernanda Nunes e o (também ainda relativamente puto) Horácio, o Carlos Alberto Antunes dos Santos (irmão mais velho do José António), a Maria do Céu Paiva (do Guarda-Roupa), o já casal Daniel? e Maria do Céu Ricardo (os que foram, depois do 25 de Abril, juntamente com o Eduíno Gomes (Vilar) fundadores da AOC (Aliança Operária-Camponesa), que tinha alguns slogans que ficaram na memória (“Nem Kissinger nem Brejnev, independência Nacional” e “Cada voto na AOC (1976) é uma espinha cravada na garganta do Cunhal”) além de duas fabulosas vivendas (ocupadas) na Rua Eça de Queiroz), o Félix, o Moita (género “electrónico-morais”, sempre encarregue dos apetrechos técnicos), a (tia) Carlota, chefe do catecismo, o Carlos Alberto (tenente) entre outros que alguém (certamente) nos vai ajudar a “elencar”.

Outra organização a que pertenci, já pelos treze / catorze anos, foi a JOC (Juventude Operária Católica), igualmente dinamizada pelo Pe Aparício, juntamente com os Padres Morais Sarmento e Alexandre Nascimento (agora, respectivamente, Capelão da TAP (ainda será?) e Cardeal Emérito de Luanda).

Aí tive como camaradas, o Vítor Boal, o António Domingos, o João Resende, devidamente pastoreados pelo Emídio Sousa, mais tarde quadro da tendência católica da Intersindical.

Além da JOC existiam a LOC (Liga Operária Católica), presidida pelo Sr. Ferreira (pai do Carlos Abreu Ferreira) e as mesmas organizações seguidas do “F” de feminina.

Para quem não sabe, estes grupos católicos utilizavam o mimetismo com o PCP, como norma organizacional: Nós éramos “camaradas”, ao aderir tornávamo-nos “militantes”, as secções paroquiais designavam-se por “células” e até o líder se chamava “controleiro”.

Fundados pelo padre belga Joseph Cardjin, no inicio do século XX, procuravam ajudar a juventude operária a lutar pelos seus direitos, lutando, ao mesmo tempo contra o comunismo, com a divisa “VER, JULGAR e AGIR”.

Só mais tarde, em 1970, descobri o Círculo Juvenil (que já vinha de 1966), liderado pelo José Carlos Amador Rebello.

Sem comentários: