TUDO ACEITA E NADA MERECE

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O lazer

A palavra “lazer”, nos últimos anos, quando nos tornámos “europeus”, entrou, de tal maneira, no nosso quotidiano que passou a ser, provavelmente, a mais pronunciada por toda uma geração de portugueses.

De tal modo o “lazer” se transformou na “main” preocupação do “tuga” que toda uma indústria foi criada à volta da satisfação desse anseio, tornado quase (mais um) direito constitucionalmente adquirido. São ginásios, agências de viagens, empresas de eventos, hotéis, etc… etc…

Não é raro observar-se, num qualquer local de trabalho, especialmente nos que, normalmente, sendo pagos por todos nós, o permitem, uma constante busca, via net, de meios de satisfazer esse fim, não havendo lugar a contenção de gastos ou de pagamentos a crédito, uma vez que “isso” é que conta, está na moda e é apreciado (ou invejado) pelos restantes.

A semana de trabalho, para os que a têm com os chamados cinco dias úteis, é um esforço ciclópico, uma obrigação a que não se pode fugir, apenas com a cenoura do fim-de-semana (palavra mágica), do feriado, da ponte, diante dos olhos.

A instituição “dia de descanso semanal”, no Domingo do Senhor, que progressivamente foi aumentando até aos dois dias actuais, está completamente abastardada, sendo o fim-de-semana um período de verdadeiro cansaço, que vem do estranho “lazer”. Assim a segunda-feira deveria ser o dia em que o trabalhador estaria em melhor forma física e intelectual (após o “merecido” descanso). Assiste-se, no entanto, ao contrário: A segunda-feira é terrível, nos elevadores e nos cafés onde os “tesos” tugas pagam (lerpam) dois e meio por uma sandes mista e meia de leite, que poderiam custar quinze cêntimos do pão, mais dez cêntimos de queijo, mais dez cêntimos do fiambre, mais cinco cêntimos do leite e um cêntimo da cevada, igual a quarenta e um cêntimos, todos falam da crise e da “merda” do governo (todos iguais, excepto o tal governo ideal em que – afinal – ninguém vota) que só se preocupa em dar tachos aos boys e girls, que são todos uns chupistas – atenção – desde que não sejam da nossa família, porque esses, estão lá apenas por mérito.
Por favor… não me fodam…